Ser Mulher

Estava eu vagando pelo blog do amigo Gil, e lá ele discorreu uma bela poesia sobre a mulher (Mulher, fio de amor, no equilíbrio da vida), me dei conta de que, por vezes, fico a pensar o que seria da humanidade sem a mulher. Segundo a filósofa Simone de Beauvoir, “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher” para ela a questão de ser mulher está relacionada à uma constituição físico-química do corpo humano. A escritora, ao dar norte à trajetória das mulheres, diz em seu livro, Segundo Sexo (1949) que como bebês e crianças, somos iguais até o ponto em que os ensinamentos mudam e aí nos tornamos homens ou mulheres, conforme as regras atuais. Beauvoir foi uma mulher à frente de seu tempo e como ela muitas outras pioneiras tiveram sua influência na história, sempre nos papéis tidos até então como masculinos: a primeira motorista de caminhão (nos anos 50, Neiva Chaves Zelaya, conhecida como Tia Neiva), a primeira aviadora ( Amelia Earhart, o dia 17 de junho de 1928), a primeira mulher na política (Alzira Soriano, eleita em 1928 para o cargo de prefeita da cidade de Lages/RN) . Essas mulheres foram e são exemplos pela força e coragem, ousadia e persistência e, acima de tudo, fé em si mesmas. Essa mesma mulher que por mais da metade da história não teve voz, não foi representada e hoje é, em muitas circunstâncias, arrimo de família e tomadora de decisões.  Por que sermos tratadas com diferença?

Ao longo da história, ser mulher era uma desvantagem social e política e em algumas culturas ainda é assim. Temos notícias vindas de países em guerra envolvendo mulheres e meninas que são revoltantes!

Atualmente a mulher continua "muitas" e com certeza merece ser reconhecida. Isso porque vai à luta estando grávida, doente, mesmo cuidando dos filhos e com responsabilidades com o lar. A mulher merece ser reverenciada sim. São várias mulheres em uma só, mãe, filha, trabalhadora, conselheira, forte, sedutora, amante, provedora, amiga. Se é feia ou bonita não importa, ser mulher já é ter graça por natureza, é saber ouvir com um abraço, sorrir com os olhos, chorar com o espírito, sonhar em ação, é viver em poesia a realidade do dia. É franzir o cenho para enxergar o que o outro tem de melhor ou apenas ouvir o desabafo e lhe estender a mão, ainda que este não mereça. É ser leve mesmo carregando um fardo nas costas. Ser mulher é muitas vezes ter TPM, angústia e solidão e mesmo assim ter que dar conta de tudo e de todos. É olhar para um guarda-roupas cheio de roupas e não ter roupa, é ser linda e sentir-se horrível, é querer e não querer, é ter ideia e soluções e, às vezes, ficar quietinha. Somos seres inteligentes e hábeis! Em muitas tarefas sabemos nos sair melhores do que os homens. Já adquirimos um bom espaço no mercado, mas ainda sofremos preconceito.

Somos mulheres com muito orgulho disso!

No entanto, falando agora de mulher pra mulher, com certeza ser mulher é ter uma beleza que nos foi dada especialmente, é ter graça não precisamos estar dentro dos padrões que a sociedade nos impõe, afinal cada um é cada um. É bom refletir acerca da importância da valorização da essência feminina porque se não damos essa importância nos trancamos ao amor, àquilo que é natural a cada uma de nós.

A partir daí deixamos de nos dar valor e, assim, queremos ser valorizadas pelos homens. E assim, não vale a pena, porque grande parte dos homens não sabe valorizar. Está na hora de rever nossa postura no mundo, de voltar ao que é relevante, não vamos voltar ao século passado, mas é importante que possamos atualizar o ser mulher nos dias de hoje, não nos esquecendo da riqueza desse dom único e especial de: SER MULHER!

Fontes
Blog Todos à Bordo
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