Inclusão - Uma Realidade que os números não mostram
O ser humano é um ser único com o seu
conjunto biológico e seu contexto social. A diversidade humana é bastante rica
e, ao mesmo tempo, pode ser complexa, principalmente, quando a característica
da diferença que tratamos é uma deficiência. Por mais que evoluamos com
tecnologias avançadas o olhar para uma pessoa "diferente” continua existindo. A
diversidade humana com todo o seu diferencial é bem discutida no meio
educacional nos dias atuais e, segundo Mantoan (2003) “está sendo cada vez
mais desvelada e destacada e é condição imprescindível para se entender como
aprendemos e como compreendemos o mundo e a nós mesmos”. No entanto, a
maioria das instituições brasileiras não está preparada para trabalhar com as
diferenças de uma deficiência. Buscam apoio nas secretarias de educação que
devido à falta de estrutura e de pessoal, na maioria das vezes, não conseguem
suprir as necessidades de suas unidades escolares que lançam sobre os
professores a responsabilidade de arcar com os alunos com os diversos tipos de
deficiências. A maioria das escolas públicas, mesmo possuindo
pressupostos inclusivos, ainda não conseguiu trabalhar a partir das diferenças
com os alunos com deficiência incluídos, pois em grande parte dos casos não
tem dado conta das exigências e conteúdos impostos pelo ensino tradicional, o
que acarreta no insucesso desses alunos por anos ou em sua desistência do
ensino regular- como já presenciei vários retornos para um Centro Integrado
onde já lecionei. Assim, a presença desses alunos
incluídos na educação básica constitui um grande desafio para os professores que devem
responder às suas demandas e garantir um ensino de qualidade tanto para estes
quanto para os demais alunos da turma:
“As escolas que
reconhecem e valorizam as diferenças têm projetos inclusivos de educação e o
ensino que ministram difere radicalmente do proposto para atender às
especificidades dos educandos que não conseguem acompanhar seus colegas de
turma, por problemas que vão desde as deficiências até outras dificuldades de
natureza relacional, motivacional ou cultural dos alunos. Nesse sentido, elas
contestam e não adotam o que é tradicionalmente utilizado para dar conta das
diferenças nas escolas: as adaptações de currículos, a facilitação das
atividades e os programas para reforçar aprendizagens, ou mesmo para
acelerá-las, em casos de defasagem idade/série escolar.” (MANTOAN, 2003).
Apesar da pandemia do Covid-19 ter feito com que as matrículas diminuíssem nos últimos anos, segundo os dados do Censo Escolar da Educação Básica 2021, o número de matrículas totais da educação especial aumentou 4,22% com 1.143.717 alunos inscritos na educação básica da rede pública. De acordo com a matéria no ano de 2021 foram matriculados mais de 46 mil alunos em relação ao ano de 2020 sendo que as únicas áreas que tiveram queda foram o fundamental I (1º a 5º ano) e a EJA, sendo que este último ainda apresenta um desafio na ampliação de seu atendimento, que não se encontra apenas nas pessoas que nunca frequentaram uma escola, mas que vai além do que já o fizeram, mas não atingiram o aprendizado de forma suficiente para envolver-se de maneira satisfatória na vida econômica, cultural e política do país e seguir adquirindo conhecimento ao longo de suas vidas.
E assim segue a educação pública no Brasil, formando "mão-de-obra".
J. C. Gomes
Se fosse só no Brasil....
ResponderExcluirInfelizmente, Pedro. Abraços à
Excluirsua pátria! bjim
Trabalhar com as diferenças e deficiências é uma tema sempre muito falado, porém creio, nem sempre muito colocado verdadeiramente em prática. Belo texto! beijos, linda semana! chica
ResponderExcluirSim, Chica, porque dá trabalho e requer investimento de várias formas. Bjim e boa semana.
ExcluirINFELIZMENTE é uma triste realidade. A lei só existe no papel,como tantas outras. Falta muita coisa pra que haja condições de cumpri-lá. 💞
ResponderExcluirO papel aceita tudo que colocarmos, mas a prática requer cuidado. bjim
ExcluirUm texto que infelizmente é uma dura realidade.
ResponderExcluirGostei de ler.
Boa semana.
Um beijo
:)