Andando em um coletivo no centro do Rio de Janeiro, fiquei a observar todas as pessoas que minha vista podia alcançar, as donas de casa estendendo roupas, as crianças correndo de um lado para o outro, trabalhadores na correria para o trabalho, os automóveis conversando em uma competição mútua pela chegada a um ponto qualquer, casas pedindo socorro pelo estado crítico que se encontram, ruas gritando chuva pelo ardor do sol em sua superfície, cachorros a míngua, passageiros dormindo e eu ali... assistindo a tudo isso.
Confesso que meu coração palpitava de satisfação pela vida que vivo. Entretanto, mesmo em plena movimentação meu instinto estava acordado. Fixei o olhar em uma mulher que o seu comportamento demonstrava algo diferente, fitei meu olhar sobre ela e percebi que seu corpo transparecia algo além do que os olhos podiam ver. Seu ego parecia manter um monólogo interior querendo entender o porquê que mesmo na turbulência de uma cidade grande e no calor que estava naquele momento sua vontade naquele instante era um desejo incontrolável de satisfazer seu instinto. Era visível sua vontade. Com tantas distrações, com tantas atrações, com tantos tantos seu instinto gritava por satisfação. Não pude deixar de perceber sua inquietação. De repente, no meio da multidão de cabeças surgiu alguém que foi de encontro a ela.
Daí, não se ouvia mais o conversar dos automóveis, os burburinhos das pessoas, os gritos infantis... Embriagados por seus devaneios, aquele casal se esqueceu que era igual ao resto do mundo e se entregou ao seu instinto... Seus corpos caminhavam de acordo com as sinuosas ruas, a temperatura oscilava, mas não baixava, pareciam cada vez mais próximos do sol e longe da Terra... Mas, esse parecer era momentâneo, vinha e ia, ia e vinha, até que... permaneceu e a calmaria dominou a atmosfera e a rotina retornou no grande centro carioca e eu voltei à realidade daquele devasso coletivo.
Confesso que fiquei um tanto instigada com a situação, mas com a volta à realidade da correria do Rio, eu logo me compus.
Essas coisas chamam mesmo à atenção, e as vezes incomodam.
ResponderExcluirVerdade, há imagens que nos incomodam!
ExcluirBom dia, Olhar, apreciar, criticar o movimento, gestos e atitudes, é uma aprendizagem continua, assim, é possível corrigir alguns movimento automatizados menos agradáveis.
ResponderExcluirO texto é perfeito até a chegada do casal que desviou a atenção do resto.
Feliz fim de semana,
AG
Olá, AG! Sim, verdade, a observância nos permite a autocrítica.
ExcluirObrigada por vir e ficar!
Bom fim de semana.
Brilhante! Gostei muito!
ResponderExcluir*
Ergo-me perante as estrelas me me iluminam {POETIZANDO...}
Novo blogue :- Imagens que dispensam palavras
Beijo. Bom fim de semana.
Cidália, muito obrigada, minha linda!
ExcluirBeinhos... ;)
Nada mais rico que sairmos de nós para ler os outros, muitas mensagens se passam! Beijo "flo"
ResponderExcluirSim, Pink! As pessoas, as imagens, os fatos nos passam muitas mensagens!
ExcluirBeijinhos... ;)
Boa tarde. Um texto maravilhoso. Parabéns :))
ResponderExcluirHoje:- Serenata, ao som da natureza encantada [Poetizando e Encantando]
Bjos
Votos de um óptimo Sábado.
Linda, Larissa! Obrigada, minha linda!
ExcluirBeijinhos... ;)
Bom fim de semana.
Belo texto bem escrito,
ResponderExcluirque eu muito gostei de ler
nessa, grande, cidade do Rio
a vida, uma correria deve ser
que seja, todavia, não duvido
como o tempo que passa a correr!
Boa noite e bons sonhos cara amiga Cléo Gomes. Beijinhos.
E como é, meu amigo!!!
ExcluirObrigada pelo poema lindo e gostoso de ler!
Beijinhos... ;)
Ainda não conheço o Rio do Janeiro.
ResponderExcluirSerá um dia ...
Boa semana
É, meu caro, uma cidade bem fascinante!
ExcluirBoa semana pra ti também. ;)
Muito lindo sempre te ler e observar, estar atenta ao que acontece ao nosso lado, no caso num coletivo, d´[a pano pra mangas,rs... Gostei! bjs, chica,feliz ABRIL!
ResponderExcluirDá sim, Chica, muito pano! rsrs
ExcluirObrigada, flor!
Há histórias que se escrevem sem palavras nos olhos de quem observa...
ResponderExcluirLindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
É só observarmos bem que as histórias aparecem, não é mesmo?!
ExcluirBeijos, flor! ;)
Fantástico o teu post...amei!
ResponderExcluirBeijinhos
Que bom que gostou, meu querido!
ExcluirBeijinhos... ;)
Adorei o texto. A simplicidade das coisas complexas tantas vezes ignoradas mas ali mesmo para quem saiba olhar.
ResponderExcluirObrigada por vir, Miguel.
ExcluirRealmente, é só saber observar bem. ;)
Nem sempre é fácil estar no meio da multidão... Por instantes precisamos do sossego... da paz...
ResponderExcluirHoje mais que antes busco a tão sonhada qualidade de vida!
Um abraço carinhoso Cléo!
Você está certa, flor! Eu a encontrei. Só vou ao Rio necessariamente ou para visitas...
ExcluirAbraço, amiga ;)
Um texto impecável abordando um tema interessante...
ResponderExcluirEntre um par pode acontecer esse milagre de deixar de sentir e ouvir o pulsar e burburinho de uma grande cidade.
Gostei muito, Cléo.
Grata pelo comentário que deixou no meu blogue, foi um prazer conhecê-la.
Dias muito agradáveis.
Saudações amigas.
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Obrigada, Majo, sempre um prazer recebê-la.
Excluir;)