Inclusão - Uma Realidade que os números não mostram

Imagem
  O ser humano é um ser único com o seu conjunto biológico e seu contexto social. A diversidade humana é bastante rica e, ao mesmo tempo, pode ser complexa, principalmente, quando a característica da diferença que tratamos é uma deficiência. Por mais que evoluamos com tecnologias avançadas o olhar para uma pessoa "diferente” continua existindo. A diversidade humana com todo o seu diferencial é bem discutida no meio educacional nos dias atuais e, segundo Mantoan (2003) “ está sendo cada vez mais desvelada e destacada e é condição imprescindível para se entender como aprendemos e como compreendemos o mundo e a nós mesmos” . No entanto, a maioria das instituições brasileiras não está preparada para trabalhar com as diferenças de uma deficiência. Buscam apoio nas secretarias de educação que devido à falta de estrutura e de pessoal, na maioria das vezes, não conseguem suprir as necessidades de suas unidades escolares que lançam sobre os professores a responsabilidade de arcar com os al...

Heteronomia- O jeito de criar pessoas sem identidade.




Em tempos de coronavírus, vim falar de outro assunto. Afinal, estamos num período de isolamento (as escolas também pararam e por isso, devo ficar, pela consciência , confinada em meu lar) e nossa vida não parou, só está sendo monitorada até a poeira baixar e o virus e suas consequências, darem uma trégua pra gente. Questão de prevenção e conscientização!



Euzinha pequenininha!!!
Mas, voltando ao que vou discutir com aqueles que se propuserem a isso, é que, de acordo com Piaget, quando um ser humano nasce, ele não apresenta um desenvolvimento cerebral suficiente para entender os conceitos de “bom” e “mau”, ele não apresenta uma consciência moral; essa fase do desenvolvimento humano é denominada “anomia”. A criança possui atitudes de acordo com suas necessidades, desconsiderando se o que ela faz atinge os outros, a não ser quando tem a pretensão de algo específico. À medida que vai crescendo, ela vai adquirindo consciência acerca do valor moral do que faz, e nisso todas as figuras de autoridade -pais, familiares e professores- são os responsáveis por introduzir esses valores. A criança, dessa maneira, age conforme o que essas pessoas aprovam ou desaprovam, – isso é denominado heteronomia.  Com o passar do tempo, a criança completa o processo de desenvolvimento de seu cérebro, surge, então, uma nova fase do desenvolvimento em termos éticos e morais - a autonomia. A criança aprende a agir baseada no que sua própria consciência fala, começa a evoluir em sua natureza humana criando sua identidade.




Como criação humana, o homem cria, sendo que sua primeira criação é a si mesmo- o seu EU-, no entanto, essa evidência vem sendo ocultada fazendo com que esse indivíduo viva sua vida alienado sem o conhecimento desse poder criador em si mesmo. O que vem refletir no campo educacional onde encontramos uma noção equivocada de que o processo educativo pode ser inteiramente explicado e que seus resultados já são previstos e concretizados no recurso sistemático aos métodos.  Assim, com a falta da autonomia social e individual, temos uma alienação individual e coletiva. A educação fica reduzida ao espaço de uma aplicação qualquer de teorias e de procedimentos pensados que por não serem colocados em pauta, resultam na resistência ao controle: de um lado os “culpados”, o aluno – que é revoltado, rebelde, que é “indisciplinado” e “incapaz” e do outro, o professor – que é “incompetente” e que “falha” em sua tarefa.



O importante ao Homem é construir sua identidade de maneira produtiva e empática. Mas, para isso sua criação deve ser monitorada por aqueles que o rodeiam, afinal seu desenvolvimento como pessoa depende disso.






Comentários

  1. Fernando Pessoa, exemplo disso... Não conseguia aceitar o que vivia e escreveu usando outros nomes...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bem lembrado, Pink!

      Fernando Pessoa tinha várias identidades.

      Beijinhos.

      Excluir
  2. Que bom te ver! Estavas sumida! Gostei do tema e do texto! beijos, chica

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sumi, flor, pelo trabalho escolar. Afinal são duas escolas que requerem muito de mim.

      Obrigada por vir.

      Excluir
  3. Seja bem vinda de novo!
    Gostei do texto e paço das palavras da Pink as minhas!
    -
    Nesta senda feita de curvas e rectas
    -
    Beijos...Boa noite! :)

    ResponderExcluir
  4. Não somos o Menino Selvagem de Truffaut, o Robinson Crusoe.
    E temos que saber viver com o outro, partilhar.
    Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, meu querido, partilhar nossos eus e criar uma nova identidade no pequeno ser que está em nosso alcance.

      Beijinhos.

      Excluir
  5. Texto muito interessante, Cléo.
    Gostei de ler.
    Um carinhoso abraço de
    Verena.

    ResponderExcluir
  6. Um texto muito interessante com assuntos para reflexão.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Entreabertas

Devasso Coletivo

Volta por cima